segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Petrolão: este enredo não pode terminar em samba


É madrugada de carnaval. Lá fora, na Avenida, o som da bateria, aliado ao trio elétrico, é um misto de alegria, confusão e agressão aos tímpanos. Mas é carnaval! A maior festa popular do país. A beleza e o luxo dão o toque especial na alegria dos milhares de turistas que assistem extasiados ao que os brasileiros, mesmo em tempos de crise, gostam e sabem fazer. Cada letra de samba-enredo, seguida à risca nas demais alas, alegorias e comissão de frente nos contagiam.

Mais uma escola de samba na concentração à espera da entrada na Avenida. Para quem já assistiu à dezenas de carnavais, sabe que tudo tem fim, menos a esperança do povo brasileiro.

Do “Mensalão” ao “lava jato”, só após a quarta-feira de cinzas para começar outro espetáculo impróprio para menores de idade. É que o Brasil assiste também ao desfile da Escola de Samba Unidos da Corrupção. Será que vai dar samba?

Está institucionalizada a roubalheira e fica a sensação de que o povo já sambou. Na tevê o espetáculo não pode parar, a vida continua, o mundo não acaba, mas fica a dúvida dos brasileiros, cansados de assistir à tantos descalabros, haverá punição? Para um país em que tudo termina em samba, talvez não.

Mas deixa a alegria continuar, faltam poucos dias para a festa acabar e “este ano não vai ser igual aquele que passou”, diz a marchinha. Esperamos que não. Preparem os tímpanos, coloquem protetor auditivo, vem muito barulho por aí, após ao carnaval.  Esse sim, um barulho que incomoda, se, ao final do show, a escola de samba Brasil não ganhar nota 10.  

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